Onde está enterrado Napoleão? Conheça o famoso túmulo no Hôtel des Invalides

Após sua morte no exílio em São Helena, em 5 de maio de 1821, Napoleão Bonaparte foi enterrado na remota ilha. Em 1840, o rei Louis‑Philippe autorizou o Retorno das Cendres, e o corpo foi transportado para a França. Em 15 de dezembro de 1840, os restos mortais chegaram a Paris com honras nacionais e foram inicialmente depositados na capela lateral do Dôme, enquanto o túmulo definitivo ainda era construído.

O projeto do memorial foi confiado ao arquiteto Louis Visconti, vencedor de concurso público em 1842, e executado entre 1842 e 1853. Entretanto, o corpo só foi oficialmente depositado no túmulo em 2 de abril de 1861, durante o reinado de Napoleão III, sobrinho do imperador.

O túmulo está situado sob a cúpula dourada do Dôme des Invalides, parte do imponente Hôtel national des Invalides, construído por ordem de Louis XIV (1677–1707) como lar para veteranos militares franceses. A cúpula, decorada com ouro, foi o edifício mais alto de Paris até a construção da Torre Eiffel.

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O sarcófago é esculpido em quartzito vermelho de origem finlandesa ou russa, sustentado por um socle de granito verde dos Vosges. Ele repousa em uma cripta circular aberta de cerca de 23 m de diâmetro, com 6 m de profundidade, visível de todos os lados. Depende de cinco caixões aninhados: ferro-branco, acaju, dois de chumbo e um de ébano gravado com “Napoléon” e doze estátuas de vitória em mármore branco cercam o sarcófago, e a galeria exibe doze baixos-relevos de Simart narrando conquistas políticas e militares do Império.

No eixo do túmulo, está uma estátua de Napoleão em pé, com as insígnias imperiais, representando também seu filho, Napoleão II, conhecido como “Aiglon”.

Napoleão expressou seu desejo:

“Je désire que mes cendres reposent sur les bords de la Seine, au milieu de ce peuple français que j’ai tant aimé.”

(“Desejo que minhas cinzas repousem nas margens do Sena, no meio desse povo francês que tanto amei”)

A construção do túmulo mobilizou debates políticos e artísticos, tornando-se um símbolo de reconciliação nacional e orgulho militar da França.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os ocupantes nazistas usaram partes do local como quartel, mas os Invalides também serviram de abrigo clandestino para pilotos aliados salvos na clandestinidade.

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Dicas Práticas para Visitantes

As visitas ao Dôme dos Invalides estão integradas ao Musée de l’Armée, aberto diariamente das 10h às 18h (acesso cronograma variável entre as entradas Rue de Grenelle ou Place Vauban).

  • Prefira dias úteis em baixa temporada para evitar filas e garantir mais tranquilidade.
  • A entrada antes das 11h ou após as 15h costuma ser ideal para evitar multidões.
  • Ingressos antecipados opção skip-the-line podem ser adquiridos online para visita mais eficiente.
  • Leve sapatos confortáveis, pois há escadas para descer à cripta.
  • Fotografia dentro da cúpula é geralmente proibida para preservar a liturgia e o ambiente.
  • Combine sua visita com o Museu do Exército, os espaços externos e o Museu de Planos‑Reliefs no mesmo complexo.
  • Leve seu ingresso impresso ou digital, documentos de identidade e aproveite os guias áudio disponíveis no local.

O túmulo de Napoleão no Dôme des Invalides não é apenas uma sepultura, é um monumento simbólico da história militar e cultural da França. Cada elemento arquitetônico, escultural ou simbólico reforça a narrativa de poder, glória e memórias imperiais.

Para quem viaja com interesse histórico ou cultural, esse é um local obrigatório em Paris, onde arte, política e emoção se encontram sob uma cúpula dourada que vigia a capital francesa.

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